Quase sempre, depois dos 40 anos de idade, homens e mulheres passam a se preocupar mais com a aparência física e, em particular, com os traços do rosto. Acho que os cabelos não são motivo de maior preocupação porque com um reflexo ou uma pintura bem aplicada aquela sensação de "velhice" desaparece como num passe de mágica.
O problema mesmo é com os traços marcantes do rosto que realçam aquelas rugas indesejáveis e a prova inquestionável que estamos prestes a entrar no "clube da terceira idade".
No entanto, ninguém deve ter medo de olhar para si mesmo diante do espelho e, tocando as rugas marcantes de sua maturidade física, refletir profunda e silenciosamente acerca das experiências vividas e das lições assimiladas ao longo da vida.
Chegar à maturidade física - com 50, 60, 70 ou 80 anos - sem quaisquer resquícios de doenças psíquicas, inteiro, produtivo, sonhador e cheio de idealismo, é um benção da natureza que nos sustenta e nos anima a cada aniversário.
Não importa nossos cabelos grisalhos ou completamente brancos. A calvície ou as rugas no rosto. Os sinais que se espalham pelo corpo tirando a beleza da textura delicada de nossa pele.
Tampouco importa o andar mais cuidadoso, o olhar menos atento, as palavras quase sussurradas. O que vai valer mesmo é a nossa alegria em relação a vida que levamos. Descobrindo que vale a pena viver com ou sem espelhos.
Se a mente está sã, o corpo equilibrado, a consciência tranquila e a alma leve, as rugas e os cabelos brancos refletidos no espelho não significam que estejamos no fim da vida. Velho é quem deixou de sonhar sempre com um novo dia.
E vamos em frente!
Na foto - Dona Carmem e "seu" Carlos, ela com 78 anos, portadora de marca-passo e stent cardíacos; com um pouquinho de ansiedade e nenhum fio de cabelo branco. Ele com 73 anos, cabelos brancos, sinais e rugas pelo corpo. Estão casadinhos há cerca de 40 anos. Um cuidando do outro. Sem faltar aquela pitada de resiliência e bom-humor.