Tirar o mendigo viciado da rua exige muita paciência. |
AJUDAR NOSSO SEMELHANTE NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM
Quando conheci a Doutrina dos Espíritos - organizada por Allan Kardec, mesmo recebendo dela algum benefício de ordem espiritual, não me sentia preparado para entender a necessidade de mudança interior. Relutei bastante para aceitar a ajuda que os amigos (encarnados e desencarnados) me ofereciam em forma de orientação e aconselhamento.
Com o passar do tempo, acabei descobrindo que o meu amadurecimento espiritual dependia de conscientizar-me do estado moral em que me encontrava. Era uma pessoa doente que recusava o remédio oferecido gratuito e caridosamente.
Essa reflexão abriu-me os olhos para um fato pouco observado entre os espíritas (os religiosos) que a todos querem ajudar, sem avaliar se os necessitados estão prontos para receber o benefício.
Um exemplo para ser analisado, sem me ater ao sentimento religioso e místico da sentença kardequiana - "fora da caridade não há salvação", pode ser o envolvimento de uma pessoa com drogas ilícitas e o alcoolismo. Como é difícil ajudar dependentes de drogas e de bebidas alcoólicas, principalmente os que vivem nas ruas.
Quando abordado, o dependente recusa apoio e orientação que o leve a comprometer-se com tratamento adequado para livrá-lo do processo psíquico-obsessivo-espiritual, que o submete a uma vida indigente humilhante.
Resgatar uma pessoa da indigência social por envolvimento com drogas e alcoólicos exige muita paciência, seja na rua ou no ambiente familiar. Tarefa para quem tem alma de "bom samaritano".
Fazer caridade pão com sopa, roupas e calçados usados, cestas básicas e outras formas material para prover a vida de quem necessita, é fácil, principalmente, quando a doação vem de terceiros. O papel da Casa Espírita, neste contexto, seria de orientar os assistidos de sua comunidade oferecendo meios de recuperar sua saúde mental e espiritual.
A condição de vida digna e socialmente reconhecida sempre aparece quando a pessoa busca estudar e fazer-se útil por meio de uma profissão que lhe garanta o próprio sustento. O passado deve ser esquecido como lembrança amarga de uma vida feita de escolhas equivocadas.
Vamos ajudar, sim, mas sem desperdiçar o nosso precioso tempo com pessoas que desdenham da própria miséria e não estão nem aí para um novo ciclo de vida no plano da materialidade humana.
Por Carlos Barros Filho I Imagem Google
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